sábado, 2 de março de 2013

A Primeira Maratona a Gente Nunca Esquece

42K CARACAS 2013


Domingo, 24 de Fevereiro de 2013, um dia que jamais esquecerei. Minha primeira maratona. Minha primeira superação física, a primeira vez chorando ao correr... Tantas primeiras sensações. Realmente uma grande conquista pessoal e física.
Quando me inscrevi para esta maratona ano passado eu tinha planejado um treinamento sério, queria muito voltar as corridas depois de tudo que aconteceu, e seria perfeito uma maratona. (louca)
Mas minha recuperação foi bem mais lenta do que o esperado, os treinos não aconteceram, várias mudanças pessoais também atrapalharam meus planos. E em janeiro a um mês da maratona, eu estava começando treinos leves, e completamente fora de forma. Pensei em desistir, pensei em trocar minha inscrição para a meia maratona, o que não foi possível por ter perdido os prazos, pensei em não participar...
Mas chegou o grande dia e quem disse que eu queria deixar de ir. Confesso que fui com a intenção de correr o que podia e se tivesse que abandonar a prova, tudo bem!
Estar novamente em uma prova, foi pura emoção, minha última participação em corridas ano passado foi justamente na meia maratona da CAF. E é tão bom viver de novo o clima de empolgacão, animação, amizade que nós corredores conhecemos tão bem.
A prova teve a largada pontualmente as 6h da manhã, ainda com pouca luminosidade, mas um clima agradabilíssimo.
A minha estratégia de corrida para completar o percurso era de correr 21K, caminhar em ritmo de trote lento até o Km 37 e finalizar com corrida. E para manter este planejamento, saí na velocidade de uma tartaruga, trote suave no que foram os primeiros 24 quilômetros. No Km 22 meu marido me liga preocupado para saber se estava bem (primeira vez que carrego celular numa prova, pra ver o nível que estou :P), e eu super animada e otimista: “Estou super bem!”
E de verdade me sentia bem, e mantive o foco e o passo até o quilômetro 30. Mas o trajeto ficou mais monótona, começou a chover e eu percebi que estava ficando para trás...
Apartir deste momento começou o trabalho mental. Porque as dores já estavam ali, não podia mais ignorá-las, e estava afastada da massa de corredores com medo de não conseguir.
Por volta do  quilômetro 35 comprovei que parar e caminhar era pior que continuar no meu trote de tartaruga, mas meu trote extremamente lento era doloroso demais para meus joelhos e tornozelos...
O quê fazer? Aguentar, sofrer, seguir, não desistir. Então eu chorei, de raiva, de dor, de felicidade que ver a placa do quilômetro 37. Então veio a certeza: “Eu vou conseguir!”
Os próximos dois quilômetros foram de busca por motivação, porque eu sabia que nos dois últimos quilômetros teria o incentivo da meu marido e dos amigos. Eu tinha que chegar no quilômetro 40, esta era a meta.
Ver eles foi novamente pura emoção e a certeza comprovada de que eu ia cruzar aquela linha de chegada. “Corremos” juntos, ou algo parecido com isso, porque já não suportava mais tanta dor. A distância diminuindo a cada metro. E finalmente a linha de chegada que busquei em 5h 23min e 40s.
Eu nem sei como expressar a grande felicidade e emoção que sinto quando penso nestes 42,195 Km da minha vida. Tenho orgulho de mim, porque sei o quanto fui forte. E eu usei todos os tips acumulados nestes meses de repouso forçado para controlar meus pensamentos. Consegui terminar esta maratona sem ter pensado em desistir, sem ter pensado que não deveria estar ali. Acho que isso foi que me manteve firme, a determinação o controle total da mente, porque pobrezinho do corpo estava em pedaços. Por isso me sinto muito feliz, eu arrisquei, perseverei e venci.
A medalha mais sofrida, a dos 42K CAF CARACAS 2013.
Esta emoção quero e vou vivê-la novamente. 
Agora eu sou uma maratonista!


Vana